sábado, 1 de julho de 2017

FORMATO IDEAL PARA LIVROS DE XADREZ


Parece um preciosismo da minha parte, mas como me perguntaram isso, já que escrevi alguns artigos sobre o tema xadrez, publicados aqui no blog, resolvi apresentar uma opinião.

Qual o formato ideal para um livro de xadrez?

Sem delongas e sem enrolação, deveria ter o tamanho do livro da foto acima, ou seja, pocket (18/19 cms por 12/13 cms), como foi aquela edição econômica do livro Xadrez Básico, do Dr. Orfeu D'Agostine, pela Editora Ediouro, acima.

Essa edição era ideal para o estudo, porque se podia colocar o livro aberto, na frente de um tabuleiro padrão de xadrez, sendo que não atrapalhava o estudo, uma vez que as mãos do estudante conseguiam manusear as peças mesmo estando na última fileira do tabuleiro.


Não sei como escritores de xadrez não pensam nisso ANTES de editarem seus livros... Vemos livros de xadrez com 25 cms de altura, por 17 de largura... Às vezes, com 30  cms de altura, o que dificulta o estudo, sendo que temos de, ou erguer o livro na frente dos olhos, ou pô-lo do lado do tabuleiro, o que dificulta o estudo.

Recomendo que o miolo do livro seja reforçado e as folhas costuradas à lombada, porque como se manuseia muito o livro, as folhas tem a tendência de se desprenderem.

Recomendo, ainda, que se use o tipo Arial, em vez de Times New, porque este último, quem tem problemas de visão, miopia, eu por exemplo (rs), acaba confundindo a anotação da letra "e" por "c", exemplo Ce3/Cc3.

Falando nesse livro do Dr. D'Agostine, também me perguntam por que não o indico aqui no Blog. Olha, tenho um carinho imenso por esse livro, porque foi o primeiro que estudei que, de fato, melhorou alguma coisa no meu jogo. O livro acerta em dividir seus capítulos em finais, meio-jogo e aberturas e começa convidando o estudante a compreender os finais, o que é mais acertado ainda. Devemos estudar os finais primeiro, depois o meio-jogo e depois as aberturas.

Mas eu acho que surgiram novos livros, que tratam das 3 fases de forma mais eficaz e clara. Acho que no meio-jogo do Xadrez Básico, o autor misturou tática com estratégia, o que confunde um pouco. Penso que sobretudo nessa fase, o livro peca por não ter recolhido o que há de melhor em livros que inclusive antecederam o Xadrez Básico, como O Jogo de Posição do Eliskases, Meu Sistema do Nimzowitch e o livro de Estratégia do Pachman, cuja edição primeira, salvo engano, é de um ano antes do Xadrez Básico. (veja nesse tópico os livros que indico: http://andregreff.blogspot.com.br/2015/04/os-melhores-livros-de-xadrez.html)

Tive por experiência prática: meus alunos evoluíram mais estudando o Meu Sistema, do que o Xadrez Básico, e olha que o Meu Sistema é de 1925!

Claro que lhes passei o básico também sobre finais e aberturas, usando para isso apostilas. O livro do Nimzowitch entrava como primeira sugestão de compra para estudo em casa.

Mas isso não tira o mérito do Xadrez Básico, que foi de fato, o primeiro grande livro de xadrez do Brasil.  Algum GM deveria revisá-lo, penso eu, dividindo o meio-jogo em tática e estratégia, atualizando seu curso de aberturas e aumentando o número de diagramas de finais.


Vivo insistindo nisso com um amigo, no sentido de que não 'lemos' livros de xadrez. Estudamo-los! São para serem estudados, ao menos quando trazem sequências de lances, dando a eles o necessário tempo de nossas vidas, em que repassamos diagrama por diagrama, sequência por sequência de lances, isso usando um tabuleiro físico de xadrez. É trabalhoso, mais trabalhoso do que simplesmente 'ler'. Claro que há livros de Xadrez para serem lidos, mas são de biografia de algum grande mestre.

É isso.

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