terça-feira, 21 de abril de 2015

COMO ESTUDAR ABERTURAS DE XADREZ


Há alguns erros que o principiante incide, ao estudar aberturas:

1) Achar que tem de estudar todas as aberturas. Isso é errado, porque os mestres e grandes mestres estudam apenas 7 a 10 esquemas de aberturas, mas os compreendem profundamente, sendo que raramente renunciam aos mesmos esquemas;

2) Estudar livros de aberturas ruins, que não contém partidas completas de cada abertura, que expliquem claramente OS PLANOS DE MEIO JOGO PARA CADA ABERTURA, tanto para as pretas, quanto para as brancas, bem como os possíveis finais que cada abertura pode levar;

3) Esquecer de estudar as ESTRUTURAS DE PEÕES que cada abertura pode levar, bem como os planos mais recomendáveis para determinadas estruturas e OS TIPOS DE CENTROS DE PEÕES que cada abertura proporciona e os planos que cada tipo de centro exige;

4) Desistir de uma abertura, após perder uma partida. Ora, você está estudando uma abertura, montou uma apostila contendo partidas comentadas dela, estudou, perdeu uma partida... Então você simplesmente desiste dessa abertura? Alegando que "ela lhe deu azar"? Tá errado. Um mestre irá fazer o oposto. Irá estudar a partida que perdeu, ver onde errou e continuará insistindo nesse abertura, até vencer com a mesma. Isso para não perder o trabalho de estudo realizado. Outra coisa: quem garante que você não perdeu lá no meio jogo? Em algum erro tático?

Repare que você não precisa saber 50 aberturas de xadrez, para jogar bem os torneios. Basta saber entre 7 a 10 aberturas, mas conhecê-las a fundo. Os grandes mestres fazem isso, conhecem poucas aberturas, mas as conhecem profundamente, uma vez que já repassaram milhares de partidas dessas aberturas.

Ora, raciocinemos, jogando de pretas, você precisa:

- De um esquema de defesa para quando as brancas jogarem 1. e4;

- De um esquema de defesa para quando as brancas jogarem 1. d4;

Jogando de brancas, você precisa decidir se começa com 1. e4, 1. d4, 1. c4, 1, Cf3, 1. Cc3, ou até mesmo 1. f4...

Se escolher 1. e4, terá de estudar prováveis respostas para quando as pretas jogam uma defesa siciliana, uma francesa, uma caro-kann, uma defesa alekhine, ou até mesmo respondam 1. e4 com e5.

Se você estuda esquemas fechados, como 1. c4, ou ainda o ataque índio do rei, esquema muito usado por Bobby Fischer, deve estudar as respostas das pretas a esses esquemas.

Em todos os casos, terá de estudar no máximo dez aberturas. Mas profundamente e de acordo com seu estilo de jogo.

Se meus leitores acompanharam meus últimos artigos, sabem que a abertura deve ser a última coisa a ser estudada no Xadrez. Após estudar os finais, tática, estratégia, com certeza você já terá conhecido alguns esquemas de aberturas, porque estudou várias partidas completas. Ou seja, você não estará totalmente 'cru' em se tratando de conhecimento sobre esse assunto. Contudo, este artigo pretende sugerir uma forma mais organizada de se criar um repertório de aberturas, porque os torneios exigem isso.

Neste caso, estou com Kasparov que separa os jogadores em tipos A e B. Vamos ver o que o Grande Mestre ensina (escaneio página do seu Curso Avanzado de Ajedrez, Coleccion La Pasion):





Para Kasparov, há o jogador A, posicional, tranquilo, que acumula vantagens posicionais; e há o jogador B, que tem tendência ao risco, que ataca na primeira oportunidade.

Tenho notado que o jogador “Tipo A” precisa ter uma cautela ao se adotar aberturas fechadas, porque a sua tendência natural ao jogo posicional pode levá-lo à uma posição em que suas peças carecem de espaço. Ou seja, eu recomendaria para o jogador “Tipo A” os sistemas semiabertos e não os fechados. Neste ponto, minha opinião é diversa da do Kasparov em um ponto:  eu tiraria a Opção c do jogador A, bem como a Pirc (um perigo para o jogador A, pois costuma ficar com a posição sufocada, se enfrentar um adversário habilidoso).

Os grandes treinadores determinam o repertório de seus pupilos de acordo com seu estilo de jogo. Mas ainda alerto para mais um ponto no texto do Kasparov: o perigo das partidas de blitz para os jogadores que desejam evoluir.

Quem  desejar mesmo evoluir seu jogo, tem de jogar partidas pensadas, anotadas e depois analisadas minuciosamente para ver prováveis debilidades e saná-las.


Servindo-me de mais um autor, Samarian, o mesmo ensina de maneira semelhante:






Para esse grande treinador, o estudante deve escolher um sistema e conhecer tudo desse sistema:





Por fim, voltamos ao grande Kasparov e sua dica fundamental:




Aqui, Kasparov sugere não decorar aberturas:





Temos, então, todas as peças do nosso quebra-cabeça: 

1) O estudante deve escolher seu rol de aberturas, conforme seu estilo de jogo. Tem sangue frio? Talvez seja o caso de estudar aberturas como as do Peão do Rei, inclusive o famoso Gambito do Rei, Defesa Siciliana, Gambito Benko, Benoni,  (usada pelo GM Tal em muitas partidas complexas)...

2) Possui espírito calmo e tranquilo? Quem sabe seja o caso de escolher aberturas como a Reti, Defesa India de Dama, Defesa Petrov, Defesa Caro Kann, Defesa Trompowsky, algumas variantes da Francesa, Peão de Dama...

3) O material escolhido para estudo, tem de apresentar as aberturas e bases sólidas para a elaboração de planos de meio jogo. Sabem aqueles livros de aberturas que trazem apenas 10/15 lances e dizem: as pretas estão melhores, ou, as brancas têm vantagem e mais nada? Jogue-os fora! rs.

Porque não ajudam em nada no seu progresso se não lhe mostram qual o plano a seguir no meio - jogo e como aproveitar a vantagem obtida na abertura.

E até hoje eu vi poucos livros e programas que tratam das aberturas que fazem esse link entre abertura e meio jogo e ainda lhe apresentam partidas reais, na visão das brancas ou das pretas, em que aquele plano foi executado com êxito.

Esse curso do Kasparov, acima, faz isso relativamente bem. Cria um elo entre abertura e meio jogo.

O antigo livro do Edmar Mednis, o De La Apertura Al Final, faz isso. Mas já é antigo, sendo que algumas aberturas já tem outras respostas + satisfatórias.

Aquele Curso de Ajedrez do Illescas, patrocinado pela Telefónica, principalmente o módulo 4, faz isso.

E um antigo curso de MEDIO JUEGO da Convekta, que na verdade é de aberturas, faz isso, mostra os planos ligados às aberturas, e ainda tem um ótimo curso de estruturas de peões.

Por fim, Dvoretsky recomenda a trabalhar em conjunto com algum amigo enxadrista, sendo recurso valioso na preparação de um arsenal de aberturas. Mas não só isso... Se esse amigo tiver a liberdade de lhe dizer quais os pontos fracos que ele identificou no seu jogo, quem sai ganhando é você mesmo.


Outra coisa, a simples memorização de aberturas dessas coleções de Informadores, MCO, BCO etc, com seu sistema de chaves, telegráfico, sem apreender os planos, as ambições, as estruturas de peões que tais aberturas originam, é estudo improdutivo e só lhe fará perder tempo. 

Todos os grandes mestres repetem à exaustão que não devemos DECORAR aberturas, que devemos compreender as ideias nela contidas, os planos. Concordo. Mas penso eu que não faz mal algum o estudante ter memorizado pelo menos umas dez partidas de cada abertura que pretende usar, ISSO ALÉM DE COMPREENDER IDEIAS E PLANOS dessa abertura.

E o leitor deve estar se indagando, qual método eu escolhi?

Minha escolha recaiu sobre parte do que o Kasparov escreveu e parte do que o Samarian escreveu, nos textos acima. Sou o jogador A, já sei disso, rs, o que já é uma grande vantagem saber quem se é. Mas preferi seguir a risca aquela recomendação do Samarian, de coletar partidas, esquemas, de revistas, livros, programas de treinamento e montar o meu próprio arsenal de aberturas.

Não direi aqui quais estão mais presentes nos meus treinamentos, além das que já referi, mas direi que com as pretas eu ando preferindo mais os esquemas semiabertos, do que os fechados. Porque justamente por meu estilo ser defensivo, partidas fechadas me levavam normalmente à derrota, justamente por acentuar esse aspecto.

Ter um arquivo das suas aberturas principais, com pastas, organizado, podendo ser consultado várias vezes, à exaustão, até memorizá-las, parece-me mais prudente.

O estudo das aberturas a partir da estrutura de peões é mais lógico, até porque distintas aberturas dão origem à uma mesma formação de peões e a um mesmo plano estratégico.

Peguemos, por exemplo, a formação com o peão "d" isolado. Ela surge:

- No Gambito de Dama Aceitado: 1.d4 d5; 2. c4 dxc4; 3. Cf3 Cf6; 4. e3 e6; 5. Bxc4 c5; 6. 0-0 a6; 7. a4 cxd4; 8. exd4 Cc6; 9.Cc3 Be7...
- Na Defesa Caro - Kann, Variante Panov: 1. e4 c6; 2. d4 d5; 3. exd5 cxd5; 4. c4 Cf6; 5. Cc3 e6; 6. Cf3 Be7; 7. cxd5 Cxd5; 8. Bc4 Cc6; 9. 0-0 0-0;
- Na semi-Tarrash, Gambito de Dama Recusado: 1. d4 d5; 2. c4 e6; 3. Cc3 Cf6; 4. Cf3 c5; 5.cxd5 Cxd5; 6. e3 Cc6; 7. Bc4 cxd4; 8. exd4 Be7; 9. 0-0 0-0;
Para as negras:
- Na Defesa Siciliana, variante Alapin /Sveshnikov: 1. e4 c5; 2. c3 e6; 3. d4 d5; 4. exd5 exd5; 5. Cf3 Cc6; 6. Be2 Bd6; 7. dxc5 Bxc5;
- Na Defesa Francesa, Variante Tarrash: 1. e4 e6; 2. d4 d5; 3. Cd2 c5; 4. exd5 exd5...
Fonte: Temas Estratégicos de La Apertura Al Final, Edmar Mednis, págs. 12-13.
Logo, se várias aberturas dão origem a uma mesma estrutura de peões, com mesmos planos, parece ser mais lógico, mais produtivo, analisar as aberturas com vistas às estruturas de peões que elas originam.

Os exemplos acima servem apenas para a estrutura de peões que tem um peão isolado na coluna "d". Mas há outras estruturas de peões, que surgem no jogo em diversas aberturas, tais como estrutura erizo, muro de pedra...

Também atente que as aberturas de xadrez podem produzir soluções diferentes para os peões centrais, como centro aberto, fechado, semiaberto... E para cada um deles, já há o direcionamento de planos específicos.

Vou lhes contar um sistema simples que ando seguindo: escolhi 7 aberturas, que pretendo usar com frequencia no retorno aos torneios.

Comprei uma pequena caderneta (12x8 cms) e ando anotando nela sempre 3 variantes principais de cada uma das 7 aberturas, e repassando tudo, à exaustão. A ideia é memorizar a abertura, se possível com uma partida inteira. Terminando essa caderneta eu farei uma 2a. caderneta, com mais variantes, a um curto tempo, terei memorizado essas linhas principais, o que ajudará muito ao estudo avançado de cada uma delas, isoladamente, em packs específico.

Gente, não é decorar a abertura cegamente. Não é isso que estou sugerindo. É memorizar aberturas compreendendo os planos delas e se possível, partidas inteiras. Esses "ganchos" para a memória, são como esqueletos que poderão guardar depois as sub, sub, variantes que estudarei.

Ando anotando as partidas a lápis. E marcando as páginas delas como aquelas etiquetas coloridas.

Todo dia cedo repasso o caderninho todo.

É um método... arcaico? rs...

Pode ser, mas creiam, comigo funcionou em torneios. Kasparov fez a mesma coisa! Só que ele criou um arquivo-monstro, em computador, usando o programa Chess Base. Dizem que ele possui material para uns dez matchs, se quisesse continuar jogando.

Aliás, se analisarem bem, é justamente o MESMO que recomenda o grande Tal, neste vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=3mUiFR9Ifqc


Ter algumas linhas memorizadas do começo ao fim, muitos Mestres dizem que isso é estudar erradamente. Inclusive Kasparov disse que isso é errado, logo acima. Mas o que ele é contra, é decorar lances sem entender o sentido deles, porque se memorizar entendendo os planos, os objetivos e os finais que ocasionam, isso evita que se consuma tempo precioso na abertura. Inclusive em partidas blitz (que hoje a gente tem de jogar mesmo sem querer, pois viraram critério de desempate em torneios), faz com que se economize tempo no começo de cada partida.

Eu penso que hoje, devido ao grande número de material na net, o estudante não precisa comprar uma coleção inteira de aberturas, contendo inclusive aberturas que ele nunca usará na vida, simplesmente porque não batem com seu estilo de jogo.


VOU, ENTÃO, RESUMIR MINHAS SUGESTÕES:

Primeiro (1) descubra qual é o seu estilo de jogo, aquele em que você se sente mais confortável jogando; segundo (2) tome de uma caderneta e anote pelo menos 7 ou 8 aberturas que se encaixem neste estilo de jogo; terceiro (3) nesta mesma caderneta, anote pelo menos 3 variantes principais de cada uma destas aberturas, se possível com a partida completa; (4) tente compreender os planos que essas aberturas sugerem para o meio jogo, como que elas propõem a obtenção da vantagem e quais os planos das brancas e das pretas; (5) preste atenção na estrutura de peões que tais aberturas originam, que são elementos ditos extáticos (ou não), retirando todas as peças após os 15, 20 lances iniciais, deixando apenas os reis e os peões, observe como ganharia um final se estivesse daquele jeito, se seu rei esta em condições de ajudar no coroamento de um peão ou não; (6) repasse esse pequeno caderno de anotações todo dia, pelo menos uma vez, por um mês, dois meses, até decorar essas sequências; (7) esse pequeno caderno é o esqueleto a partir do qual você somará novo material: pesquise livros de aberturas na net, packs, partidas, montando uma pasta para cada uma daquelas 7 ou 8 aberturas do item 2, partindo agora para um estudo mais profundo de cada um delas; (8) revise o pequeno caderno de notas anterior, com outro caderno, desta vez com novas variantes, mais seguras do que aquelas que você usou apenas para decorar sequências de lances; (9) lance essas aberturas nos ordenadores e pesquise partidas em que elas foram jogadas e veja se os jogadores que as usaram foram exitosos ou não; (10) analise a abertura sempre de duas perspectivas, das brancas e das pretas, mesmo aquelas aberturas que você só pretendia usar de branca ou de preta; (11) coloque em prática as aberturas memorizadas em sites. O que estou sugerindo é que após estudar uma abertura, use-a antes em partidas jogadas virtualmente, hoje há dezenas de sites que possibilitam isso, veja um deles: https://lichess.org/
Faça isso antes de usar a abertura em torneios reais.

Ao término desse processo, que para mim vem sendo prazeiroso e mais seguro, imagino que terei um arsenal de aberturas pronto para um torneio.

Antes de finalizar essa exposição, há, ainda, algumas observações que considero imprescindíveis sobre o assunto:

Primeira: o estudante deve atentar para a transposição de lances na abertura. Há enxadristas que são peritos em transpor lances, levando seus adversários a jogar uma abertura que não desejavam jogar. Exemplo: as brancas queriam jogar peão de dama, quando viram, foram "conduzidas" a uma Defesa Grunfeld pelas pretas (1.Cf3 Cf6; 2.d4 g6; 3. c4 Bg7; 4.Cc3 d5; 5. cxd5 Cxd5; 6. e4 Cxc3; 7. bxc3 c5).

Alerta Neil MacDonald em seu livro La apertura inglesa, que às vezes um jogador abre com 1.c4, mas quer induzir as pretas a jogar um Gambito de Dama. Se o incauto responde: 1. .... - c6, deve estar preparado para 2. d4 das brancas e nesse caso, se seguir 2. .... - d5, já entrou numa abertura peão de dama, defesa eslava, e tem de se estar preparado para jogar essas transposição.

E se seguir: 1. c4 - c6; 2. d4 - f5!, aí são as brancas que precisam estar preparadas para jogar uma holandesa, e assim em outras aberturas, as brancas pretendiam jogar uma inglesa, quando viram, estavam jogando uma defesa india do rei, porque as pretas não usaram a resposta usual, ou ainda uma defesa moderna. Estudar livros que enfocam essa transposição de lances na abertura, para não ser surpreendido. Soltis escreveu um livro importante sobre isso;

IMPORTANTE!!! ECONOMIZE TEMPO!!! Segunda dica: hoje, o estudante conta com video-aulas sobre aberturas. Muito práticas. Levei 2 meses para estudar um livreto sobre a Trompowsky, eis que vi um vídeo de uma hora, que passou conceitos de forma até mais eficaz que no livro. Há dezenas de vídeo-aulas no Youtube, em sites específicos. É possível estudar todas as aberturas do peão do rei, sem se cansar, por meio de video-aulas, coisa que não existia há 20 anos atrás;

Terceira dica: se após estudar um esquema de uma abertura, você perder usando esse esquema, NÃO DESISTA DELE! Estude a partida jogada - que espero você tenha anotado - e descubra onde errou. É grande equívoco desprezar uma abertura estudada porque perdeu uma partida com ela. O certo é estudar a partida toda, talvez até com a ajuda de programas de computador e ver onde errou. Tive um amigo que parou de jogar a ótima defesa Alapin, contra a siciliana, porque segundo ele, a abertura lhe trouze azar (rs). Fomos repassar a "azarada" partida e descobrimos que até o lance 30, antes dele ter cometido um erro tático, tinha iniciativa!

Quarta dica: se você já descobriu seu estilo, estude aberturas revendo partidas de GMs que possuem ou possuíam estilo semelhante ao seu. Por exemplo: se sou posicional e defensivo, estudarei partidas de Petrossian, de Ulf Andersson, de Capablanca... É grande erro para mim, tentar compreender aberturas a partir do estilo de um Fischer, de um Tal. Apesar que estes jogadores  também jogaram lá suas partidas posicionais.


Quinta dica: estude aberturas sempre investigando COMO É POSSÍVEL OBTER A INICIATIVA COM ELA LOGO NOS PRIMEIROS LANCES! Isso é muito importante no xadrez de hoje em dia, obter a iniciativa no jogo, que vem a ser a conquista de um dinamismo que coloque o adversário na defensiva.

É isso. Espero ter ajudado.


NOTAS FINAIS:

PERMITE-SE A QUALQUER INTERESSADO, QUE REPRODUZA ESSE TEXTO OU PARTES DELE, EM SEU SITE, LIVRO, MATERIAL, AULAS ETC. PEDE-SE APENAS QUE SE MENCIONE A ORIGEM DO TEXTO, OU SEJA ESTE BLOG.

ESTE ARTIGO FOI ATUALIZADO E CORRIGIDO EM 27.03.2017.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

ARTIGO DE XADREZ: A ESTRATÉGIA DE ONTEM E DE HOJE

Pretendo abordar neste artigo um tema de grande importância e que não coube naquele artigo sobre dicas para treinamento do enxadrista: o que é a ESTRATÉGIA CLÁSSICA e o que compõe a ESTRATÉGIA MODERNA no xadrez.

É um tema ambicioso, que irei desenvolvendo e tentando fundamentar aos poucos.

Na minha opinião, a ESTRATÉGIA CLÁSSICA, nos moldes em que Steinitz a concebeu, compreende:

1) O valor das peças (ainda uma compreensão simples, tipo: uma torre vale cinco peões, um cavalo vale três e assim por diante);
2) A troca vantajosa e desvantajosa de peças (aqui se aprende que quando se tem uma vantagem, quer seja de um peão, é recomendável trocar as peças / do contrário, se se está em desvantagem material, não se recomendam trocas);
3) Debilidades de peões, sendo:
3.1) Peão isolado;
3.2) Peão atrasado;
3.3) Peões dobrados;
3.3.1) Complexo de peões dobrados;
3.4) Peões pendentes ou flutuantes;
3.5) Estruturas de peões, boas;
3.6.) Estruturas de peões, ruins;
4) Bispo bom e bispo mau;
5) Cavalo bom contra bispo mau;
6) Domínio de torres em colunas abertas e semiabertas;
7) Maioria de peões na ala da dama (considerada vantajosa quando ambos os jogadores fizeram roque menor);
8) Ataque da minoria (esse tema consta do livro Estratégia moderna do Pachman);
9) Perda e ganho de tempos na abertura;
10) Melhores casas para cada peça, na abertura;
11) Par de bispos;
12) Conselhos s/ por que não se deve sair cedo com a dama;
13) Como lidar com posições com bispos de cores opostas;
14) Os diversos tipos de centros de peões: centro fechado, centro aberto, centro extático, centro dinâmico, centro móvel.
14.1) Domínio de centro;
15) Quando fazer o roque, para que lado rocar e quando não se deve rocar;

Penso que com essa relação acima (salvo se esqueci algum), contemplei os principais itens de estudo da chamada ESTRATÉGIA CLÁSSICA.

Usando para isso, como referência, dois livros: ESTRATÉGIA MODERNA NO XADREZ, do Pachman e O JOGO DE POSIÇÃO, do Eliskases.

Existe algum tema CLÁSSICO, cuja importância foi aumentada nos dias de hoje?

Sim.

Certos conceitos de Nimzowitch, em seu livro MEU SISTEMA, foram maximizados em importância nos dias atuais.

Dai que podemos classificar os seguintes temas como sendo clássicos e ao mesmo tempo, modernos:

16) A conquista de postos avançados (Nimzowitch ensina em seu livro, que se não temos um plano claro, após concluirmos a abertura, que pelo menos tentemos conquistar postos avançados na posição inimiga, na segunda metade do tabuleiro, por exemplo, as brancas situarem um cavalo defendido na preciosa casa e6 das pretas);
17) A profilaxia, que significa fazer lances que desenvolvam peças, ao mesmo tempo obstaculizando as peças do adversário. Não jogar pensando apenas nos seus lances, mas avaliando como jogar de uma maneira que traga complicações para o adversário, de uma maneira que anule os planos adversários. Este conceito foi maximizado pelos Grandes Mestres atuais, sendo tema obrigatório nos novos livros de Estratégia.


E A ESTRATÉGIA DE HOJE? O QUE MUDOU?

A primeira grande pista para tentarmos uma investigação, é o livro EL AJEDREZ DE TORNEO (ZURICH 1953), de David Bronstein.

Neste livro, Bronstein diz que no Xadrez atual, os jogadores as vezes complicam a posição deliberadamente, criando supostas fraquezas de peões, buscando uma aparente posição débil, mas que na verdade se compensa pelo dinamismo das peças.

No xadrez atual, a busca do dinamismo da posição e a busca da iniciativa pode revogar algumas leis da clássica estratégia.

Pode-se, por exemplo, sair cedo com a dama, desde que ela tenha um alvo de ataque preciso e vá desestabilizar a posição adversária.

Pode-se atrasar um peão, desde que seja o avanço do seu peão vizinho, necessário para impedir o ingresso de um cavalo inimigo a uma casa essencial do tabuleiro.

Houve uma ligação maior, estabelecida entre a TÁTICA e o DINAMISMO da posição, que podem mesmo, aparentemente, ir contra algumas regras clássicas da estratégia (vide SECRETOS DEL JUEGO POSICIONAL, Dvoretsky, pág. 25).

Houve um incremento sobre uma análise mais precisa do valor de uma peça em jogo, a partir da quantidade de casas que essa peça domina. Ou seja, não basta apenas uma peça estar bem colocada, mas analisamos quantas casas aquela peça "projeta" a sua força. Este tema nem é tão moderno assim, porque Borovsky tratou dele em seu antigo (e bom) livro EL MEDIO JUEGO EN AJEDREZ, disponivel em http://migre.me/bWQyG).

Houve um incremento da importância do elemento ESPAÇO, a obtenção de maior espaço, maior campo de jogo em uma posição.

A estrutura de peões, nos dias atuais, é vista como uma nona peça em jogo. Isso é importante e ao mesmo tempo, filosófico: a estrutura de peões não é vista mais isoladamente, tipo "tenho um peão isolado", ela é analisada como um todo, é como se fosse a nona peça em jogo.

A Estratégia Moderna analisa as mesmas estruturas de peões que as aberturas produzem. Elaborar planos, a partir de uma determinada estrutura de peões (muro de pedra, erizo etc) é mais interessante do que memorizar linhas inteiras de aberturas.

A Estratégia Moderna busca criar elos de ligações entre a abertura e o plano de meio jogo, bem como das estruturas de peões que as aberturas apresentam e o final de partida que dai nascerá.

As torres não são apenas usadas para ficarem em uma coluna aberta, com breves incursões na sétima fila, sendo que às vezes elas não tem nada a atacar naquela coluna aberta. Do meio do jogo para o final, as torres entram no ataque (como, aliás, sempre recomendou Nimzowitch no Meu Sistema). As torres passaram a ser mais amplamente usadas, inclusive em ataques na horizontal, mas isso Nimzowitch já tinha destacado no seu My Sistem.

Na Estratégia Moderna, o estudo da transposição de lances, para a conquista de uma estrutura de peões já familiarizada, é tema importante. Certas aberturas diferentes produzem a mesma estrutura de peões, sendo que um jogador hábil consegue, por meio de uma transposição de lances, obter uma estrutura de peões previamente almejada.

Na Estratégia Moderna assoma importância colocar o rei em segurança! Seja por meio do roque, seja criando um aparelhamento defensivo ao redor do rei, que pode mesmo ficar próximo às duas colunas centrais do tabuleiro. Nada é feito no xadrez moderno, sem que antes se acautele que seu rei esteja em segurança. Sei que a estratégia clássica já recomendava isso, mas apenas por meio do roque. Hoje, certas posições mantém o rei em segurança, sem a necessidade de se fazer o roque.

Os valores das peças foram revistos, sendo que o valor de uma peça oscila entre a abertura e meio jogo e o final. Uma peça começa o jogo tendo um valor e pode terminar o jogo tendo outro valor.

Há um livro, excelente mas que infelizmente ainda se encontra em inglês: DYNAMIC CHESS STRATEGY, do Mihai Suba, Editora Pergamon Chess, 1991, págs. 59 a 61, do qual extraio a seguinte entrevista, na qual um fan entrevista um mestre (tradução livre):

"Sobre a estratégia e as táticas ou como a ideia da melhora potencial no xadrez, pode nascer

Fan - Qual é a principal qualidade de um jogador de xadrez?
Master - É geralmente aceito que a capacidade de calcular variações corretamente e rapidamente é o requisito mais importante.

 

Fan - E isso é o suficiente para alcançar bons resultados no tabuleiro de xadrez?
Mestre - não.

Fan - Por que?
Mestre - A capacidade de realizar todo o jogo, com base em um plano adequado, traçado com antecedência também é importante. Como o cálculo das variantes só é possível e necessário em algumas posições, na maioria dos casos, as táticas são apenas uma "caminhada no escuro" - A estratégia é o ponteiro correto para um plano adequado, e os movimentos específicos devem ser integradas neste plano.

 

F - Eu sei o que as táticas compreendem: movimentos, combinações, sacrifícios, xeque-mate. Quero compreender a estratégia.
M - Primeiro de tudo você deve admitir que certas posições requerem certos movimentos ou planos que não podem ser encontrados pelo cálculo, apenas.

F - Certamente, se isso não fosse verdade eu sempre encontraria a melhor jogada. O que é um plano, então?
M - Um plano é um conjunto desejado de movimentos ou lances que podem ser alcançados a partir da posição dada.

 

F - Quantos movimentos são precisos para se ter um plano?
M - Em posições com estruturas fixas de peões, o plano pode ser de longo prazo e seguido dde forma consistente. Às vezes, você pode ter apenas um plano para todo o jogo. Chamamos essas posições de estáticas e os planos subsequentes derivam de uma estratégia estática que é classica.

 

F - Eu não gosto disso. Eu gosto de ação.
M - Na posição em que a maior parte das peças e peões têm uma certa liberdade, cada movimento pode alterar totalmente  a configuração e seus requisitos, bem como o plano.

 

F - Sim, eu gosto disso.
M - Estas posições são dinâmicas e as suas necessidades são estabelecidas pela estratégia dinâmica. Em outras palavras, precisamos seguir um conjunto de princípios para determinar um plano correto lance a lance.

 

F - Isso é tática.
M - Não, nem sempre. Cada movimento pode ter objetivos estratégicos apenas. Esta é a estratégia que leva em conta o tempo. O Classicismo está presente principalmente em se tratando de posições fechadas ou fixas, os seus princípios são aqueles da acumulação de pequenas vantagens. A estratégia estática tenta seguir o princípio da expansão lenta, mas implacável, de uma mancha para a vitória.


 F - Diga-me alguns princípios do classicismo.
M - A visão clássica sustenta que o caráter de uma posição e a escolha de um plano deve ser determinada por:
1. material
2. estrutura de peões
3. estrutura das peças.
Atenção deve ser também ser dada a:
4. cooperação entre peças e peões
5. a segurança dos reis.
Steinitz elaborou o princípio do equilíbrio operacional. Nós não temos uma ideia exata do que vem a ser equilíbrio estático em se tratando do xadrez, porque todos os termos que podem descrever isso ('igualdade', 'nivelado', 'igualdade de chances') são termos subjetivos, mas sabemos que não podem ser super estimados tais valores, pois podem ser fulminados  por um súbito ataque do adversário, que iria se recuperar no jogo.

F - Pelo que entendi, esta estratégia clássica serve para conter nossos impulsos, dos ataques infundados e táticas mal concebidas.
M - Sim, é verdade. Para atacar você precisa ter uma superioridade, pelo menos em uma região do tabuleiro, ou uma perturbação do equilíbrio.

F - Se não podemos atacar para todos os lados, como podemos começar uma perturbação do equilíbrio? Ou o equilibrio continua até que tenhamos um fim amargo?
M - Ambos os lados podem lançar um ataque a partir da sua concentração de força, mas devem contar com um contra-ataque contra a sua própria fraqueza, e da regra do Xadrez que "uma vez que um ataque foi repelido, o contra-ataque é geralmente decisivo" (Reti).
 (...)
 

F - E onde o dinamismo entra?
M - O dinamismo (no xadrez clássico) só foi considerado incidentalmente e até então considerado como um fator temporário de uma posição.

F - Por quê?
M - Alguns dos fatores que determinam uma posição - como material, estrutura de peões, fraquezas duradouras, casas fortes - continuam a influenciar o jogo, tendo a ver com o plano estratégico e as táticas, por um longo tempo. Estes são elementos estáticos.
Estes elementos, influenciados principalmente pelo tempo, foram chamados dinâmicos. Eles eram em sua maioria, ligados a um melhor desenvolvimento, devido ao jogo impreciso do adversário na abertura, ou o ganho de tempo, ou devido à ganância excessiva do adversário, na captura de peças."



Do texto acima, podemos extrair algumas conclusões s/ a moderna Estratégia: a importância de certos conceitos, tidos como dogmas irrefutáveis pelo classicismo (peões isolados, dobrados, domínio de centro, casas fracas etc) foram relativizados, sendo que houve no xadrez moderno um incremento em importância, do chamado elemento dinâmico, que tem ligação forte com a chamada OBTENÇÃO DA INICIATIVA.

Os grandes mestres da atualidade lutam tenazmente, em suas partidas, desde o começo, para obterem a iniciativa. Mesmo que ignorem algumas regras da estratégia clássica.

Antes, no xadrez clássico, dinamismo era apenas ter conquistado um tempo a mais, ou uma melhor estrutura central.

Hoje, dinamismo vai além disso. Vai desde uma cooperação melhor entre as própria peças, sendo uma delas a que comanda a ação das demais, até mesmo uma maior concentração de peças em um campo do jogo, onde uma batalha local ocorrerá e até mesmo um ataque abrupto, antes mesmo de ter desenvolvido todas as peças, mas que impede uma harmônica disposição de peças do adversário.

Fiquei muito teórico aqui? rs.

Tomara que não.

O que estou dizendo é que ainda é importante, SIM, conhecer a fundo alguns "símbolos" da clássica estratégia, tais como debilidades de peões, domínio de coluna, ganhos de tempos, bispo bom/bispo mau, maioria na ala da dama etc. Pois em partidas vulgamente chamadas de "estáticas" por Suba, esses elementos ainda são visíveis.

Mas atualmente existem partidas que fogem totalmente da caracterização destes símbolos.

Estou dizendo que na estratégia moderna, tão importante (ou mais!) do que seguir aquele padrão equilibrado de desenvolvimento de peças, domínio do centro, criado por Steinitz, é OBTER A INICIATIVA desde logo, se possível.

Obter a iniciativa desde logo, entenda bem, não é se lançar a ataques prematuros e inconsequentes logo nos primeiros lances.

É obter uma disposição dinâmica das peças e obstaculizar esse dinamismo das do adversário.

No Xadrez Moderno é muito comum a troca durante o jogo, de elementos estratégicos por elementos táticos.

E, prestem atenção nisso: a importância do treinamento da visão do tabuleiro, algo próximo ao antigo xadrez à cegas!

Não para se fazer showzinhos no clube, mas como uma necessidade básica do bom jogador, que deve ser capaz de refazer de cabeça uma partida recém jogada, sem precisar da súmula. Deve ser capaz de, ao fechar os olhos, enxergar todo o tabuleiro e toda a disposição das peças.

Isso deve ser visto, pelo jogador que deseja progredir, como uma aptidão a se conquistar.

Parece espantoso que em nenhum dos livros de estratégia, antigos ou novos, seus autores tenham reservado um capítulo para treinar o estudante a visualizar o tabuleiro, o campo de batalha. Por exemplo: incitar o iniciante a visualizar mentalmente apenas, qual o menor número de casas, que um cavalo, estando em b1, precisa ocupar para chegar em g8 (?).

Grandes treinadores da atualidade, como Andrei Istratescu (http://www.chessmasterschool.com/) reservam uma parte importante de seus cursos para esse tipo de treinamento.

E houve, claro, um acréscimo de importância ao elemento CÁLCULO no xadrez moderno. Calcular é o verbo do momento no xadrez, tanto que dividiram a TÁTICA, sendo que hoje temos COMBINAÇÕES e CÁLCULO.

Aqui, todos os novos livros (Maestria en el Cálculo, do Aagaard; La Esencia del Juego de ajedrez, do Soltis; e mesmo o antigo Preparacion de Ajedrecistas, Golenishev) parecem remeter ao livro PIESE COMO UN GRAN MAETRO, do Kotov, com sua "árbol de variantes", saber calcular os vários lances possíveis e sequências, de uma posição, como se fosse uma árvore que vai crescendo por meio de galhos e mais galhos. A capacidade de cálculo caminha em seguinta à obtenção da capacidade de visualizar mentalmente o tabuleiro, melhor.

Muitos autores mais confundem quanto explicam quando tentam diferenciar para seus leitores, o que é tática e o que é cálculo. Vou simplificar a coisa aqui: TÁTICA É O TREINAMENTO PARA SE ENXERGAR VANTAGENS IMEDIATAS A PARTIR DE UMA DETERMINADA POSIÇÃO DE JOGO. CÁLCULO É O TREINAMENTO PARA SE ENXERGAR VANTAGENS MEDIATAS, OU SEJA, APÓS UM NÚMERO MAIOR DE LANCES, A PARTIR DE UMA DETERMINADA POSIÇÃO DE JOGO.

Por isso que hoje há livros de tática e livros de cálculo. Os primeiros treinam uma visão imediata, para se extrair vantagem imediata de uma determinada posição, quando essas oportunidades surgirem durante uma partida, já o segundos, treinam o enxadrista a visualizar vários lances a frente, buscando uma vantagem que não é imediata, que depende inclusive das linhas de jogo que o adversário vai seguir.

Combinação nada mais é do que UMA SEQUÊNCIA FORÇADA DE LANCES, ANTEVISTA POR MEIO DO CÁLCULO.

Claro que aqui já sai do tema Estratégia, sendo este outro, o da Tática, abordado noutro momento.

São essas, ao que me parece, são as principais mudanças que ocorreram na Estratégia Moderna.

Recomendo para quem se interessar mais por esse tema, que estude o livro Segredos da Estratégia Moderna, de J. Watson, já disponível em português.


NOTAS:

1)
Artigo originalmente publicado no antigo orkut, infelizmente o Google sumiu com todos os dados do antigo site;

2)
PERMITE-SE A QUALQUER INTERESSADO, QUE REPRODUZA ESSE TEXTO OU PARTES DELE, EM SEU SITE, LIVRO, MATERIAL, AULAS ETC. PEDE-SE APENAS QUE SE MENCIONE A ORIGEM DO TEXTO, OU SEJA ESTE BLOG;

3) Atualizei o artigo acima no dia 07.09.2017.

TRADUÇÃO DO ARTIGO: A FÓRMULA DE SUCESSO (NO XADREZ) DA WGM IRINA MIKHAILOVA



Se acompanharam os artigos anteriores sobre treinamento no xadrez, vale a pena ler dicas  de uma consagrada treinadora russa, Irina Mikailova:
Já traduzido:

  (Um alerta: Irina não propõe levar um enxadrista principiante ao nível de mestre. Mas sim um que já está com 2200 de rating, ou seja, já um muito forte jogador, ao grau de mestre).

A FÓRMULA DE SUCESSO DA WGM IRINA MIKHAILOVA
As Técnicas Modernas de Treinamento de um Jogador de Xadrez.
Pela GM Irina Mikhailova, Treinadora,
TV Petrossian Chess Club (Moscou)

 A fórmula de sucesso: ELO 2200 + 2 anos de treinamento = Mestre Internacional


De acordo com o patriarca do xadrez soviético, Mikhail Botvinnik, os quatro princípios básicos que formam a força de um jogador de xadrez são: o talento no xadrez, um caráter forte, a saúde e a preparação especial. No entanto, nos últimos tempos alguns novos métodos de formação de jogadores de xadrez surgiram. Estes são identificados através do uso extensivo de software de xadrez e ordenadores pessoais. Infelizmente, a exploração de software e de outros recursos para fins de formação no xadrez raramente é explicado.

Alguns brilhantes resultados foram alcançados em um clube de Xadrez de crianças chamado T. Petrossian em Moscou onde, recentemente, trabalhei por seis anos pondo em pratica o uso de computadores no treinamento. Gostaria de compartilhar alguns exemplos e considerações deste processo de treinamento. 

A preparação especial dos jovens jogadores de xadrez está sendo atualmente modificada devido às novas oportunidades que anteriormente não podia ser realizado devido a restrições tecnológicas. 

 - Em primeiro lugar, um instrumento excepcionalmente poderoso ha aparecido no jogo de ferramentas dos jogadores de xadrez, o ordenador pessoal. Ele consegue muitas funções tais como a separação, sistematização e armazenamento de dados diferentes de xadrez (jogos, fragmentos, posições para análise), bem como a análise táctica de posições selecionadas de qualidade maior.
 
- Em segundo lugar, a intensidade dos exercícios no âmbito do treinamento e controle de testes que exigem solução tenha sido aumentada.
 
- Em terceiro lugar, o método de apresentação de material de treino é também maior; sua organização estrutural tem sido aprofundado em nível de complexidade e de orientação temática.
 
Devido à minha experiência cheguei à conclusão de que a aquisição de uma norma de MI pode ser uma tarefa realista para muitos alunos até em idade escolar.
 
Os computadores são o instrumento mais criativo e podem aumentar drasticamente a intensidade do processo de formação. Porém, trabalhando com um computador não é uma tarefa tão simples como poderia se supor. Portanto, o papel ativo e a responsabilidade de um treinador agora incluem a realização do novo estudo, já que é o treinador que planeja e organiza todas as etapas do processo de formação e treinamento.
 
Obviamente, o software de xadrez é o componente mais importante. Felizmente, o clube desfruta de uma relação comercial existente desde há muito tempo com um dos melhores fabricantes de software de xadrez do mundo – Convekta Ltd. O processo de formação num clube implica em realizar as necessidades individuais de aprendizagem de cada aluno. Geralmente somente 3 a 4 jogadores estudam numa classe simultaneamente.

Agora mostrarei detalhadamente um plano de formação desenhado para jogadores de xadrez jovens que desejam obter uma norma de MI. Ao começar a batalha por conseguir este alto título o jogador de xadrez deve compreender que este caminho é longo e espinhoso. Desde o começo as etapas devem ser bem definidas e estabelecidas, assim como os meios de conseguir o objetivo final e os objetivos intermediários. Somente a definição correta de todos os objetivos e tarefas permitirá avançar com sucesso ao longo das várias etapas.

Treinando e testando, 'linha base' antes do rating inicial de 2200 ser alcançado.

A etapa inicial que chamamos condicionalmente a nossa 'linha base'.
 
O objetivo nesta fase é a de adquirir uma habilidade de jogo de cerca de Elo 2200.
 
Nesta fase um jogador de xadrez deve ter um repertorio de abertura testado com êxito que inclui 2 aberturas com as Brancas e 2 aberturas com as pretas. O jogador de xadrez tem que dominar táticas (uma taxa de 60-70 por cento de sucesso em resolução de problemas de uma dificuldade intermediaria), adquirir conhecimentos firmes sobre os fundamentos de estratégia do xadrez, ou seja. Como uma avaliação da posição é desenvolvida e quais são os seus componentes, esteja familiarizado com cerca de 15-25 planos comuns dos exemplos do xadrez clássico, conhecer finais típicos do xadrez: avaliação, plano de jogo e métodos táticos padrões de aproximadamente 250 posições de finais. É necessário adquirir as habilidades de trabalhar com um computador e um software com xadrez.
 
O processo de formação é organizado de acordo com carga de trabalho escolar e o estado físico dos alunos, cada um tem um horário individual.
 
Uma série de concursos e jogos de treinamento destina-se a facilitar uma melhor assimilação do que foi aprendido.
 
Depois de ter atingido sua "linha base", os jogadores começam com duração de 2 anos um curso de formação destinado a um deles alcançar o titulo de MI. É neste ponto que um registro claro é criado de quaisquer características relevante de cada jogador xadrez. A fim de melhorar a qualidade do processo de formação, é elaborado um plano que, em nossa prática tem esta aparência: 

1. O treinador, juntamente com o aluno desenvolva um diário individual para o horário do programa de treinamento. Aqui, os objetivos imediatos e de longo prazo são definidos.

2. Usando o diário do aluno, eu desenvolvo um horário flexível de cada uma das sessões de treinamento, e consultas. O software de xadrez Convekta Ltd oferece uma gama de atividade excitante para os jogadores, além de ser capaz de revelar o potencial criativo de cada aluno.

Desde então os jogadores de xadrez qualificados encontram diversos problemas em todas as fases de o jogo de xadrez - abertura, meio jogo e final, o programa inclui três partes:

- A etapa preparatória - a aquisição das habilidades e técnicas necessárias para trabalhar independente com o sistema de busca do Chess Assistant;

- O aprendizado e domino de determinadas partes da teoria do xadrez (táticas e combinações de xadrez, métodos de importância vital para jogar finais usando exemplos de estudos criativos, teoria e prática de jogar aberturas particulares). Aqui inclui o estudo de seções correspondentes da teoria do xadrez baseada na experiência criativa de jogadores especiais (A. Alekhine, M. Tal e outros) também está incluída. Tudo isso pode ser feito através da utilização dos programas adequados xadrez;

- Partidas de treinamento com Programas, destinadas a assegurar o domínio dos conhecimentos adquiridos. 

 Durante o meu curso de Treinadores Escolares desenvolvi um sistema de treinamento com o auxílio do software de xadrez Convekta Ltd. Ele revelou-se particularmente eficaz para os jogadores que não conseguiram demonstrar as suas capacidades e potencialidades em um bom desempenho nas competições devido a vários motivos. Este sistema foi testado pela primeira vez em Vladimir Yevelev (nascido em 1983). Eu iniciei-me com ele, no início de 1998. Ele tinha então um rating ELO de 2220. E eu comentei a ele durante a nossa primeira reunião que ele tinha um potencial maior. O primeiro passo foi do próprio Vladimir compilar um dossiê sobre si mesmo, que deveria incluir uma história de suas experiências no xadrez e suas próprias observações.

Depois foi desenvolvido um programa de trabalho onde foram definidos os objetivos imediatos, a curto prazo e a longo prazo, e as tarefas. O objetivo a curto prazo mais importante era atingir um nível de performance em competições capaz de satisfazer as exigências da FIDE para obter o título de MI. Para começar nosso trabalho e lograr este objetivo, nós projetamos o calendário e os seus conteúdos e também a participação em diversas competições.

Vladimir disse mais tarde: "Felizmente, eu tinha apenas uma opção então - a confiar neste sujeito e utilizar a sua experiência e métodos. Nunca pensei sobre estas questões antes. Parcialmente, o processo de formação inclui a participação em alguns torneios xadrez ativo com o tempo de controles 15, 10 e 5 minutos por jogo".

Foi fácil trabalhar com Vladimir - havia então menos software de xadrez, mas o que nós tínhamos era simples de usar e perfeito, na sua qualidade.

Plano semanal de estudo individual em um computador turma 1998
É melhor quando planejamos sessões individuais de modo a ter em conta o estilo individual do jogador, o seu desempenho e perspectivas em torneio e atividades.
Utilizamos estes softwares de xadrez porque com ele conseguimos o seguinte: 

- resolver combinações;
- resolver estudos (finais com posições com conteúdo táctico);
- solução de problemas estratégicos;
- estudar posições típicas do meio jogo;
- estudar esquemas típicos de ataque contra o rei adversário;
- estudar métodos típicos de jogar na abertura;
- elaborar um repertório de abertura e desenvolver planos para a transposição para o meio jogo.

As complexidades das tarefas são organizadas pela força e vão aumentando de 10 pontos (principiantes) a 90 pontos (nível de GM).

Ao iniciar este trabalho em 1998, nosso plano básico de sessões de aprendizagem de xadrez no computador (uma semana, 4 horas por dia acadêmico) foi como apresentamos acima.
 
Posteriormente tarefas foram formuladas para Vladimir durante as várias fases do processo de formação ao longo dos próximos 2,5 anos:

• Tarefas a curto prazo - obter o título mestre FIDE e atingir um rating ELO de 2300; Um ano de formação (01/1998 a 01/1999). A lista de sessões de treinamento e de torneios programados é indicada a seguir (tabela 2).
• Tarefas a médio prazo - alcançar um rating ELO de 2400; o segundo ano de treinamento (01/1999 a 01/2000) e de obtenção do título MI.

 Então, seguindo conselho do seu pai, Vladimir Yevelev finalmente lê um empolgante livro de A. Nimzowitsch chamado "Meu sistema'. Ele se sentiu surpreso pelo fato das idéias clássicas estão perfeitamente incorporados no programa de xadrez Estratégia 2.0 e Enciclopédia de Meio jogo da Convekta Ltd. Ele teve exito ao conseguiu explorar estas idéias quando obteve a sua norma final MI.
O objetivo de V. Yevelev 's a longo prazo era conseguir todas as normas de MI e obter um rating ELO de 2450 durante o último semestre de treinamento (01/2000 a 06/2000).
 
A dinâmica da troca de seu rating ELO durante dois anos e meio era a seguinte: 2220-2280-2327-2346-2352-2452.
 
O diagrama abaixo nos mostra uma comparação entre os objetivos planejados (linha pontilhada) e o aumento real de rating (linha sólida).
 
No período de junho de 1999 a janeiro de 2000, a diferença entre as duas linhas no gráfico de rating se explica por uma ausência temporária em participação em torneios; aqui ele concentrou seus esforços principalmente no trabalho analítico e sobre o processo de treinamento.
 
Tarefas semelhantes foram apresentadas a Arthur Gabrielian (nascido em 1982, agora um MI). Tendo em conta a sua idade, características pessoais e as características de temperamento, podemos dizer que a velocidade de seu crescimento e da intensidade dos seus estudos foi algo elevada.
 
Durante dois anos de treinamento com software de xadrez o desenvolvimento do rating de Arthur alcançou os 2482 pontos! O processo de Formação e treinamento tornou-se mais interessante para os jogadores de xadrez que entraram no clube mais tarde, também se tornaram mais sofisticados quando Convekta Ltd começou a imundar o mercado com o novo software. Até agora o número de programas de xadrez para escolher cresceu para cerca de 20.
 
Abaixo são dados as características do processo de aprendizagem com os programas da Convekta Ltd, os quais se seguem utilizando na atualidade.

 Farei, aqui, uma pausa para refletirmos sobre o que nos diz Irina.
Pois aqui neste ponto, ela coloca uma tabela, que eu convido a todos que a confiram no link:
http://cidadeladoxadrez.blogspot.com/2010/11/formula-de-sucesso-da-wgm-irina.html
Dos programas que ela usou para 'turbinar' o treinamento de seus pupilos e as horas que consumiram em estudos.
Eu tenho várias observações a fazer s/ o artigo da competente treinadora, rs, mas serei breve, antes de lançar aqui o final dele:
1) Chamo a atenção novamente de todos, para o fato que Irina promete levar um jogador de 2200 para 2400. Ou seja, não é levar um jogador que aprendeu a jogar hoje, a 2200, pois tem mesmo diferenças, como me alertou um enxadrísta da comunidade Xadrez. O método Irina pressupõe que o estudante já tenha uma base, já jogue sem perder peças, já tenha uma visão de jogo, já tenha um conhecimento prévio, que mesmo pequeno, já o situe nos 2200 pontos;
2) Pois a experiência mostra que quem aprendeu a jogar hoje, deve estudar livros básicos, como o Xadrez Básico do D'Agostine, jogar bastante, e deve parar de perder peças de graça com uns... 4 anos de prática persistente de estudos e jogos;
3) A treinadora é bem clara ao afirmar que os resultados positivos só virão após um ano de treinamento frequente, sistemático, metódico e diário. Sem isso, nada de vitórias em torneios. Mesma coisa no estudo de livros, se o estudante estudar apenas um livro de finais, ainda não jogará bem, mas o conhecimento fica acumulado e aflora após o estudo de um de tática e um de estratégia. É quando começará a vencer seus primeiros torneios, provavelmente entre jogadores ainda não ranqueados;
4) A treinadora insiste que tem de estudar e jogar. E tem de ter metas, treinar sem metas claras, objetiva, é perda de tempo, pois são as metas que lhe mostrarão se seus esforços deram êxitos. Quais são nossas metas? Sermos mestres? Grandes mestres? Melhorarmos nossa pontuação de rating? Elenquemos nossas metas.
 A seguir, há uma tabela, contendo os programas que Irina usou no treinamento de seus alunos, que convido que olhem no link supra, a qual não postarei aqui por dificuldades de espaço mesmo e formato, mas essencialmente, alguns dos programas que ela usa, eu recomendei no meio do tópico.
  
Requisitos de qualificação para o jogador de xadrez
 
Com 2 anos de treinamento o calendário de tarefas é mais complexo do que as da fase da 'linha base'. O principal objetivo é conseguir um rating de cerca de 2400, que corresponde ao nível MI. Um jogador de xadrez jovem deve incorporar de 3-4 aberturas em seu repertório jogando com as Brancas e um número igual de Preta. Eles devem dominar as táticas (90 por cento de acerto em resolver testes de alta complexidade com temas desconhecidos). Também deve compreender uma ampla gama de temas estratégicos - o modo como relacionam os elementos de uma posição avaliada variam dependendo da configuração dos peões ou com o alinhamento de forças sob o tabuleiro; saber mais de 100 planos típicos de jogos clássicos; dominar conhecimentos elementares sobre finais de xadrez: avaliação, plano de jogo, método tático padrão de aproximadamente 600 posições finais; método mestre de jogar finais e as chamadas posições 'simples'. Ele / ela deve adquirir boas habilidades em usar os Ordenadores Pessoais e no uso de sistemas de gestão de bases de Dados de xadrez, e com novos programas de treinamento e jogo.

Deixemos falar extensamente sobre o planejamento e preparação da lista de tarefas no processo de formação e treinamento.

Ao planejar o Plano de trabalho individual, é importante a ter em conta o estilo individual do jogador, seu desempenho em torneios e perspectivas. O uso de software de xadrez nos ajuda a:
• Treinamento e aperfeiçoamento das habilidades de cálculo do jogador xadrez;
• resolver combinações;
• resolver estudos (finais com posições com conteúdo táctico);
• resolver posições estratégicas;
• estudar posições típicas do meio jogo; 
 • estudar esquemas típicos de ataque contra o rei adversário;
• estudar métodos típicos de jogar na abertura;
• Elaborar um repertorio de abertura e planos de desenvolvimento para a transição ao meio jogo.
 
O processo de formação inclui jogar em torneios para testar a preparação prática e o repertorio de abertura dos jogadores. A participação em torneios de Blitz e xadrez ativo com controle de tempo reduzido - 10, 15 ou 25 minutos.
 
É necessário manter um adequado controle e avaliação dos resultados durante o curso. O período de dois anos de formação deve incluir o controle de fases intermédias. Por experiências praticas se sabe que o trabalho intelectual dá um resultado prático depois de aproximadamente 5 a 6 meses.
Por isso, sugiro dividir o período de formação de dois anos em 4 partes. Os resultados obtidos em cada etapa devem ser comprovados pela participação pratica em competições. A avaliação mais aprofundada do estado de preparação do jogador podem ser fornecidas através da resolução de testes no ordenador pessoal usando os programas "CT-ART", "Estratégia", "Enciclopédia de Meio Jogo I, II e III", "Enciclopédia de erros na Abertura", "Studies 2.0" , E Treinamento de Finais de Xadrez". Uma maneira desejável do modo como os resultados dos testes podem marcar é dada na tabela abaixo.


Faço aqui mais uma pequena intromissão para comentar que no Xadrez moderno houve um incremento da importância da tática, da fase tática, ou seja, o estudante deve fazer do estudo da tática um hábito diário, ou, como diz Rafael Leitão, um aquecimento antes de estudar outros temas do nobre jogo.

-Os resultados dos testes durante as várias fases de treinamento:
 
Pode-se detectar que a tendência foi: não existe uma nítida melhoria dos resultados em torneio durante o 1 º ano de formação; o 2 º ano produz dramática melhora a estes resultados e um conseqüente aumento do rating ELO. O 1 º ano é usado para a acumulação de conhecimentos e do aperfeiçoamento das habilidades adquiridas, enquanto o maior crescimento nos resultados torneio tem lugar no 2 º ano de formação.
 
-A situação atual e o sucesso do curso:
 
Nesta momento mais de 20 estudantes foram submetidos a este curso de formação. 8 alunos estão sobre a 'linha base' e 15 estão em fase diferentes do 2° ano do ciclo de formação. Três dos alunos, Vladimir Yevelev, Arthur Gabrielian e Nikolai Kurenkov - concluíram o curso e obtiveram o título MI.
 
-A Fórmula do sucesso há sido confirmada:
 
2200 ELO + período de formação de 2 anos com programas da Convekta Ltd = MI.
 
Conclusões:
 
Isso termina a minha história sobre a realização de métodos de aprendizagem moderna, explorando computadores no clube T.V. Petrossian. No entanto, algumas questões surgem a partir de tudo isto, algumas especulações sobre o futuro na luz das modernas tendências.
 
Uma opinião surgiu em algumas fontes publicadas sobre a ausência de alternativas para a utilização de um computador para a aprendizagem de xadrez. Para mim isso não é problema. Aplicação de computadores no processo de aprendizagem se torna mais eficaz quando combinado com métodos tradicionais de formação básica. Considerações do custo do software de xadrez são bastante insignificantes quando comparado com o custo de uma hora apenas de uma consulta de um treinador.
As novas tecnologias se desenvolvem extensamente. Enquanto este artigo foi elaborado, Convekta Ltd tem produzido novos programas (Táticas de Xadrez para jogadores intermediarios e Aberturas de Xadrez Moderno, Defesa Índia do Rei). É evidente que, ao tentar aperfeiçoar a estrutura já existente do curso de formação, os mais novos dispositivos auxiliares da aprendizagem devem ser tidos em conta. Uma abordagem para o ensino de xadrez complexo é a melhor solução, na prática, como confirma a pratica realizada no TV Petrossian Clube.
 
O mundo do xadrez enfrenta grandes mudanças. Querendo ou não, o ensino do xadrez está adquirindo uma forma totalmente nova que somente podemos imaginar. Uma figura solitária de um professor de xadrez ao lado do tabuleiro é o passado...

(ARTIGO ORIGINALMENTE PUBLICADO NESTE SITE:http://cidadeladoxadrez.blogspot.com.br/2010/11/formula-de-sucesso-da-wgm-irina.html)
 
(DEPOIS  PUBLICADO NO ORKUT EM 2012, DISPONÍVEL EM:
http://orkut.google.com/c72844493-td451331c1b3eb92c.html)

(PARA ACESSAR A EXTINTA COMUNIDADE SOBRE LIVROS DE XADREZ, MUSEU DO ORKUT EM:http://orkut.google.com/c72844493.html)