segunda-feira, 20 de abril de 2015

ARTIGO DE XADREZ: A ESTRATÉGIA DE ONTEM E DE HOJE

Pretendo abordar neste artigo um tema de grande importância e que não coube naquele artigo sobre dicas para treinamento do enxadrista: o que é a ESTRATÉGIA CLÁSSICA e o que compõe a ESTRATÉGIA MODERNA no xadrez.

É um tema ambicioso, que irei desenvolvendo e tentando fundamentar aos poucos.

Na minha opinião, a ESTRATÉGIA CLÁSSICA, nos moldes em que Steinitz a concebeu, compreende:

1) O valor das peças (ainda uma compreensão simples, tipo: uma torre vale cinco peões, um cavalo vale três e assim por diante);
2) A troca vantajosa e desvantajosa de peças (aqui se aprende que quando se tem uma vantagem, quer seja de um peão, é recomendável trocar as peças / do contrário, se se está em desvantagem material, não se recomendam trocas);
3) Debilidades de peões, sendo:
3.1) Peão isolado;
3.2) Peão atrasado;
3.3) Peões dobrados;
3.3.1) Complexo de peões dobrados;
3.4) Peões pendentes ou flutuantes;
3.5) Estruturas de peões, boas;
3.6.) Estruturas de peões, ruins;
4) Bispo bom e bispo mau;
5) Cavalo bom contra bispo mau;
6) Domínio de torres em colunas abertas e semiabertas;
7) Maioria de peões na ala da dama (considerada vantajosa quando ambos os jogadores fizeram roque menor);
8) Ataque da minoria (esse tema consta do livro Estratégia moderna do Pachman);
9) Perda e ganho de tempos na abertura;
10) Melhores casas para cada peça, na abertura;
11) Par de bispos;
12) Conselhos s/ por que não se deve sair cedo com a dama;
13) Como lidar com posições com bispos de cores opostas;
14) Os diversos tipos de centros de peões: centro fechado, centro aberto, centro extático, centro dinâmico, centro móvel.
14.1) Domínio de centro;
15) Quando fazer o roque, para que lado rocar e quando não se deve rocar;

Penso que com essa relação acima (salvo se esqueci algum), contemplei os principais itens de estudo da chamada ESTRATÉGIA CLÁSSICA.

Usando para isso, como referência, dois livros: ESTRATÉGIA MODERNA NO XADREZ, do Pachman e O JOGO DE POSIÇÃO, do Eliskases.

Existe algum tema CLÁSSICO, cuja importância foi aumentada nos dias de hoje?

Sim.

Certos conceitos de Nimzowitch, em seu livro MEU SISTEMA, foram maximizados em importância nos dias atuais.

Dai que podemos classificar os seguintes temas como sendo clássicos e ao mesmo tempo, modernos:

16) A conquista de postos avançados (Nimzowitch ensina em seu livro, que se não temos um plano claro, após concluirmos a abertura, que pelo menos tentemos conquistar postos avançados na posição inimiga, na segunda metade do tabuleiro, por exemplo, as brancas situarem um cavalo defendido na preciosa casa e6 das pretas);
17) A profilaxia, que significa fazer lances que desenvolvam peças, ao mesmo tempo obstaculizando as peças do adversário. Não jogar pensando apenas nos seus lances, mas avaliando como jogar de uma maneira que traga complicações para o adversário, de uma maneira que anule os planos adversários. Este conceito foi maximizado pelos Grandes Mestres atuais, sendo tema obrigatório nos novos livros de Estratégia.


E A ESTRATÉGIA DE HOJE? O QUE MUDOU?

A primeira grande pista para tentarmos uma investigação, é o livro EL AJEDREZ DE TORNEO (ZURICH 1953), de David Bronstein.

Neste livro, Bronstein diz que no Xadrez atual, os jogadores as vezes complicam a posição deliberadamente, criando supostas fraquezas de peões, buscando uma aparente posição débil, mas que na verdade se compensa pelo dinamismo das peças.

No xadrez atual, a busca do dinamismo da posição e a busca da iniciativa pode revogar algumas leis da clássica estratégia.

Pode-se, por exemplo, sair cedo com a dama, desde que ela tenha um alvo de ataque preciso e vá desestabilizar a posição adversária.

Pode-se atrasar um peão, desde que seja o avanço do seu peão vizinho, necessário para impedir o ingresso de um cavalo inimigo a uma casa essencial do tabuleiro.

Houve uma ligação maior, estabelecida entre a TÁTICA e o DINAMISMO da posição, que podem mesmo, aparentemente, ir contra algumas regras clássicas da estratégia (vide SECRETOS DEL JUEGO POSICIONAL, Dvoretsky, pág. 25).

Houve um incremento sobre uma análise mais precisa do valor de uma peça em jogo, a partir da quantidade de casas que essa peça domina. Ou seja, não basta apenas uma peça estar bem colocada, mas analisamos quantas casas aquela peça "projeta" a sua força. Este tema nem é tão moderno assim, porque Borovsky tratou dele em seu antigo (e bom) livro EL MEDIO JUEGO EN AJEDREZ, disponivel em http://migre.me/bWQyG).

Houve um incremento da importância do elemento ESPAÇO, a obtenção de maior espaço, maior campo de jogo em uma posição.

A estrutura de peões, nos dias atuais, é vista como uma nona peça em jogo. Isso é importante e ao mesmo tempo, filosófico: a estrutura de peões não é vista mais isoladamente, tipo "tenho um peão isolado", ela é analisada como um todo, é como se fosse a nona peça em jogo.

A Estratégia Moderna analisa as mesmas estruturas de peões que as aberturas produzem. Elaborar planos, a partir de uma determinada estrutura de peões (muro de pedra, erizo etc) é mais interessante do que memorizar linhas inteiras de aberturas.

A Estratégia Moderna busca criar elos de ligações entre a abertura e o plano de meio jogo, bem como das estruturas de peões que as aberturas apresentam e o final de partida que dai nascerá.

As torres não são apenas usadas para ficarem em uma coluna aberta, com breves incursões na sétima fila, sendo que às vezes elas não tem nada a atacar naquela coluna aberta. Do meio do jogo para o final, as torres entram no ataque (como, aliás, sempre recomendou Nimzowitch no Meu Sistema). As torres passaram a ser mais amplamente usadas, inclusive em ataques na horizontal, mas isso Nimzowitch já tinha destacado no seu My Sistem.

Na Estratégia Moderna, o estudo da transposição de lances, para a conquista de uma estrutura de peões já familiarizada, é tema importante. Certas aberturas diferentes produzem a mesma estrutura de peões, sendo que um jogador hábil consegue, por meio de uma transposição de lances, obter uma estrutura de peões previamente almejada.

Na Estratégia Moderna assoma importância colocar o rei em segurança! Seja por meio do roque, seja criando um aparelhamento defensivo ao redor do rei, que pode mesmo ficar próximo às duas colunas centrais do tabuleiro. Nada é feito no xadrez moderno, sem que antes se acautele que seu rei esteja em segurança. Sei que a estratégia clássica já recomendava isso, mas apenas por meio do roque. Hoje, certas posições mantém o rei em segurança, sem a necessidade de se fazer o roque.

Os valores das peças foram revistos, sendo que o valor de uma peça oscila entre a abertura e meio jogo e o final. Uma peça começa o jogo tendo um valor e pode terminar o jogo tendo outro valor.

Há um livro, excelente mas que infelizmente ainda se encontra em inglês: DYNAMIC CHESS STRATEGY, do Mihai Suba, Editora Pergamon Chess, 1991, págs. 59 a 61, do qual extraio a seguinte entrevista, na qual um fan entrevista um mestre (tradução livre):

"Sobre a estratégia e as táticas ou como a ideia da melhora potencial no xadrez, pode nascer

Fan - Qual é a principal qualidade de um jogador de xadrez?
Master - É geralmente aceito que a capacidade de calcular variações corretamente e rapidamente é o requisito mais importante.

 

Fan - E isso é o suficiente para alcançar bons resultados no tabuleiro de xadrez?
Mestre - não.

Fan - Por que?
Mestre - A capacidade de realizar todo o jogo, com base em um plano adequado, traçado com antecedência também é importante. Como o cálculo das variantes só é possível e necessário em algumas posições, na maioria dos casos, as táticas são apenas uma "caminhada no escuro" - A estratégia é o ponteiro correto para um plano adequado, e os movimentos específicos devem ser integradas neste plano.

 

F - Eu sei o que as táticas compreendem: movimentos, combinações, sacrifícios, xeque-mate. Quero compreender a estratégia.
M - Primeiro de tudo você deve admitir que certas posições requerem certos movimentos ou planos que não podem ser encontrados pelo cálculo, apenas.

F - Certamente, se isso não fosse verdade eu sempre encontraria a melhor jogada. O que é um plano, então?
M - Um plano é um conjunto desejado de movimentos ou lances que podem ser alcançados a partir da posição dada.

 

F - Quantos movimentos são precisos para se ter um plano?
M - Em posições com estruturas fixas de peões, o plano pode ser de longo prazo e seguido dde forma consistente. Às vezes, você pode ter apenas um plano para todo o jogo. Chamamos essas posições de estáticas e os planos subsequentes derivam de uma estratégia estática que é classica.

 

F - Eu não gosto disso. Eu gosto de ação.
M - Na posição em que a maior parte das peças e peões têm uma certa liberdade, cada movimento pode alterar totalmente  a configuração e seus requisitos, bem como o plano.

 

F - Sim, eu gosto disso.
M - Estas posições são dinâmicas e as suas necessidades são estabelecidas pela estratégia dinâmica. Em outras palavras, precisamos seguir um conjunto de princípios para determinar um plano correto lance a lance.

 

F - Isso é tática.
M - Não, nem sempre. Cada movimento pode ter objetivos estratégicos apenas. Esta é a estratégia que leva em conta o tempo. O Classicismo está presente principalmente em se tratando de posições fechadas ou fixas, os seus princípios são aqueles da acumulação de pequenas vantagens. A estratégia estática tenta seguir o princípio da expansão lenta, mas implacável, de uma mancha para a vitória.


 F - Diga-me alguns princípios do classicismo.
M - A visão clássica sustenta que o caráter de uma posição e a escolha de um plano deve ser determinada por:
1. material
2. estrutura de peões
3. estrutura das peças.
Atenção deve ser também ser dada a:
4. cooperação entre peças e peões
5. a segurança dos reis.
Steinitz elaborou o princípio do equilíbrio operacional. Nós não temos uma ideia exata do que vem a ser equilíbrio estático em se tratando do xadrez, porque todos os termos que podem descrever isso ('igualdade', 'nivelado', 'igualdade de chances') são termos subjetivos, mas sabemos que não podem ser super estimados tais valores, pois podem ser fulminados  por um súbito ataque do adversário, que iria se recuperar no jogo.

F - Pelo que entendi, esta estratégia clássica serve para conter nossos impulsos, dos ataques infundados e táticas mal concebidas.
M - Sim, é verdade. Para atacar você precisa ter uma superioridade, pelo menos em uma região do tabuleiro, ou uma perturbação do equilíbrio.

F - Se não podemos atacar para todos os lados, como podemos começar uma perturbação do equilíbrio? Ou o equilibrio continua até que tenhamos um fim amargo?
M - Ambos os lados podem lançar um ataque a partir da sua concentração de força, mas devem contar com um contra-ataque contra a sua própria fraqueza, e da regra do Xadrez que "uma vez que um ataque foi repelido, o contra-ataque é geralmente decisivo" (Reti).
 (...)
 

F - E onde o dinamismo entra?
M - O dinamismo (no xadrez clássico) só foi considerado incidentalmente e até então considerado como um fator temporário de uma posição.

F - Por quê?
M - Alguns dos fatores que determinam uma posição - como material, estrutura de peões, fraquezas duradouras, casas fortes - continuam a influenciar o jogo, tendo a ver com o plano estratégico e as táticas, por um longo tempo. Estes são elementos estáticos.
Estes elementos, influenciados principalmente pelo tempo, foram chamados dinâmicos. Eles eram em sua maioria, ligados a um melhor desenvolvimento, devido ao jogo impreciso do adversário na abertura, ou o ganho de tempo, ou devido à ganância excessiva do adversário, na captura de peças."



Do texto acima, podemos extrair algumas conclusões s/ a moderna Estratégia: a importância de certos conceitos, tidos como dogmas irrefutáveis pelo classicismo (peões isolados, dobrados, domínio de centro, casas fracas etc) foram relativizados, sendo que houve no xadrez moderno um incremento em importância, do chamado elemento dinâmico, que tem ligação forte com a chamada OBTENÇÃO DA INICIATIVA.

Os grandes mestres da atualidade lutam tenazmente, em suas partidas, desde o começo, para obterem a iniciativa. Mesmo que ignorem algumas regras da estratégia clássica.

Antes, no xadrez clássico, dinamismo era apenas ter conquistado um tempo a mais, ou uma melhor estrutura central.

Hoje, dinamismo vai além disso. Vai desde uma cooperação melhor entre as própria peças, sendo uma delas a que comanda a ação das demais, até mesmo uma maior concentração de peças em um campo do jogo, onde uma batalha local ocorrerá e até mesmo um ataque abrupto, antes mesmo de ter desenvolvido todas as peças, mas que impede uma harmônica disposição de peças do adversário.

Fiquei muito teórico aqui? rs.

Tomara que não.

O que estou dizendo é que ainda é importante, SIM, conhecer a fundo alguns "símbolos" da clássica estratégia, tais como debilidades de peões, domínio de coluna, ganhos de tempos, bispo bom/bispo mau, maioria na ala da dama etc. Pois em partidas vulgamente chamadas de "estáticas" por Suba, esses elementos ainda são visíveis.

Mas atualmente existem partidas que fogem totalmente da caracterização destes símbolos.

Estou dizendo que na estratégia moderna, tão importante (ou mais!) do que seguir aquele padrão equilibrado de desenvolvimento de peças, domínio do centro, criado por Steinitz, é OBTER A INICIATIVA desde logo, se possível.

Obter a iniciativa desde logo, entenda bem, não é se lançar a ataques prematuros e inconsequentes logo nos primeiros lances.

É obter uma disposição dinâmica das peças e obstaculizar esse dinamismo das do adversário.

No Xadrez Moderno é muito comum a troca durante o jogo, de elementos estratégicos por elementos táticos.

E, prestem atenção nisso: a importância do treinamento da visão do tabuleiro, algo próximo ao antigo xadrez à cegas!

Não para se fazer showzinhos no clube, mas como uma necessidade básica do bom jogador, que deve ser capaz de refazer de cabeça uma partida recém jogada, sem precisar da súmula. Deve ser capaz de, ao fechar os olhos, enxergar todo o tabuleiro e toda a disposição das peças.

Isso deve ser visto, pelo jogador que deseja progredir, como uma aptidão a se conquistar.

Parece espantoso que em nenhum dos livros de estratégia, antigos ou novos, seus autores tenham reservado um capítulo para treinar o estudante a visualizar o tabuleiro, o campo de batalha. Por exemplo: incitar o iniciante a visualizar mentalmente apenas, qual o menor número de casas, que um cavalo, estando em b1, precisa ocupar para chegar em g8 (?).

Grandes treinadores da atualidade, como Andrei Istratescu (http://www.chessmasterschool.com/) reservam uma parte importante de seus cursos para esse tipo de treinamento.

E houve, claro, um acréscimo de importância ao elemento CÁLCULO no xadrez moderno. Calcular é o verbo do momento no xadrez, tanto que dividiram a TÁTICA, sendo que hoje temos COMBINAÇÕES e CÁLCULO.

Aqui, todos os novos livros (Maestria en el Cálculo, do Aagaard; La Esencia del Juego de ajedrez, do Soltis; e mesmo o antigo Preparacion de Ajedrecistas, Golenishev) parecem remeter ao livro PIESE COMO UN GRAN MAETRO, do Kotov, com sua "árbol de variantes", saber calcular os vários lances possíveis e sequências, de uma posição, como se fosse uma árvore que vai crescendo por meio de galhos e mais galhos. A capacidade de cálculo caminha em seguinta à obtenção da capacidade de visualizar mentalmente o tabuleiro, melhor.

Muitos autores mais confundem quanto explicam quando tentam diferenciar para seus leitores, o que é tática e o que é cálculo. Vou simplificar a coisa aqui: TÁTICA É O TREINAMENTO PARA SE ENXERGAR VANTAGENS IMEDIATAS A PARTIR DE UMA DETERMINADA POSIÇÃO DE JOGO. CÁLCULO É O TREINAMENTO PARA SE ENXERGAR VANTAGENS MEDIATAS, OU SEJA, APÓS UM NÚMERO MAIOR DE LANCES, A PARTIR DE UMA DETERMINADA POSIÇÃO DE JOGO.

Por isso que hoje há livros de tática e livros de cálculo. Os primeiros treinam uma visão imediata, para se extrair vantagem imediata de uma determinada posição, quando essas oportunidades surgirem durante uma partida, já o segundos, treinam o enxadrista a visualizar vários lances a frente, buscando uma vantagem que não é imediata, que depende inclusive das linhas de jogo que o adversário vai seguir.

Combinação nada mais é do que UMA SEQUÊNCIA FORÇADA DE LANCES, ANTEVISTA POR MEIO DO CÁLCULO.

Claro que aqui já sai do tema Estratégia, sendo este outro, o da Tática, abordado noutro momento.

São essas, ao que me parece, são as principais mudanças que ocorreram na Estratégia Moderna.

Recomendo para quem se interessar mais por esse tema, que estude o livro Segredos da Estratégia Moderna, de J. Watson, já disponível em português.


NOTAS:

1)
Artigo originalmente publicado no antigo orkut, infelizmente o Google sumiu com todos os dados do antigo site;

2)
PERMITE-SE A QUALQUER INTERESSADO, QUE REPRODUZA ESSE TEXTO OU PARTES DELE, EM SEU SITE, LIVRO, MATERIAL, AULAS ETC. PEDE-SE APENAS QUE SE MENCIONE A ORIGEM DO TEXTO, OU SEJA ESTE BLOG;

3) Atualizei o artigo acima no dia 07.09.2017.

3 comentários:

  1. Você disse uma coisa muito interessante, sobre a divisão da tática em combinações e cálculo. Recentemente perguntei num grupo de whatsapp, e não obtive resposta, se eles conheciam algum livro ou aplicativo de treino não sobre tática (combinações), mas sobre cálculo. Livros ou programas para treinar a capacidade de calcular, simplesmente. Porque ter um bom cálculo é necessário a todo momento, e não somente nos "momentos interessantes".
    O senhor teria alguma recomendação a dar?

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    1. O xadrez da atualidade, xadrez de torneio, exige do jogador a capacidade de calcular longas sequências de lances. Tem de se treinar isso, além da visão tática. Minha dica: estude o excelente livro MAESTRIA EN EL CÁLCULO, do GM Jacob Aagaard.

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